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Moçambique: Obras de hospital em atraso afetam população

Sitoi Lutxeque (Nampula)
24 de fevereiro de 2023

Em Nampula, as obras do novo Hospital Geral estão atrasadas há mais de quatro anos. A situação preocupa a população, que apostava no hospital para reduzir a distância entre paciente e assistência médica.

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Mosambik Nampula | Bauarbeiten am zentralen Krankenhaus
Foto: Sitoi Lutxeque/DW

As obras do Hospital Geral de Nampula começaram em 2017, no bairro de Natikire, na cidade de Nampula, e já estão atrasadas quase quatro anos. A conclusão estava prevista para junho de 2018.

Segundo apurou a DW África, o primeiro empreiteiro, a CETA Construções, abandonou as obras, devido a irregularidades relacionadas com o pagamento do lado do Governo.

Independentemente das razões, muitos cidadãos, que aguardam ansiosamente pelo novo hospital, dizem que, por causa do atraso, passam muitas dificuldades para aceder a uma unidade sanitária.

Dificuldades no acesso a tratamento

"Daqui para Marrere é muito longe e também daqui para o Hospital Central de Nampula é muito longe. Estamos tristes porque o hospital está a demorar a acabar e não sabemos porquê. Gostaríamos que o hospital acabasse rápido para reduzir a nossa distância", disse à DW África Nilvia Florêncio, que vive nas imediações do novo Hospital Geral de Nampula.

O vice-ministro moçambicano da Saúde, Ilesh Ninodrai Jani
O vice-ministro da Saúde, Ilesh Ninodrai Jani, promete a conclusão das obras este ano Foto: Sitoi Lutxeque/DW

O Governo reconhece o atraso na conclusão das obras, mas assegura que, até ao final deste ano, elas serão concluídas e o hospital entregue à população.

"A obra está a decorrer num bom ritmo. Neste momento, toda parte da estrutura está quase completa e o empreiteiro está a trabalhar, na parte do acabamento da obra", disse o vice-ministro da Saúde, Ilesh Ninodrai Jani.

"Estamos a sincronizar toda parte da obra com equipamento que é necessário e também com questão dos recursos humanos", para garantir que o hospital esteja pronto a receber pacientes assim que terminarem as obras, adiantou o governante.

Pacientes dormem no chão

O Hospital Geral de Nampula deverá ter uma capacidade de 350 camas, com todos os serviços necessários e equipamentos de ponta. Está pensado para descongestionar o Hospital Central de Nampula, o maior do norte de Moçambique, que está tão sobrelotado que alguns pacientes têm que dormir no chão.

A situação indigna os familiares dos pacientes naquela clínica, que pedem a intervenção das autoridades. "O tratamento é normal em questões de medicação", reconhece Joaquim Momade, que tem tem um familiar internado há pouco mais de duas semanas no hospital central.

Hospital Central de Nampula
No Hospital Central de Nampula há pacientes que dormem no chãoFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Mas Momade critica as circunstâncias em que estão internados os pacientes. "Quando viemos aqui com o nosso familiar na semana antepassada acomodaram-no no chão. Pedimos ajuda a quem do direito para que resolverem a situação", disse Momade à DW África.

Não só os cidadãos aguardam com ânsia melhorias no atendimento e internamento quando começar a funcionar Hospital Geral.

"O Hospital Geral vem criar este espaço adicional para estar na linha da frente no atendimento dos doentes, descongestionando o Hospital Central de Nampula e contribuir na melhoria no atendimento da saúde na província de Nampula", considera, também, o vice-ministro da Saúde.

Empreiteiros recusam confirmar conclusão até dezembro

Inicialmente, as obras estavam avaliadas em cerca de 14 milhões de dólares. Mas há um aumento cujo valor o vice-ministro, recentemente empossado, afirma desconhecer.

Ilesh Ninodrai Jani assegura que o problema vai ser resolvido. "Algumas destas questões financeiras estão a ser negociadas com o empreiteiro, e nós, a breve trecho, seremos capazes de divulgar com mais certezas aquilo que são os custos do hospital", garantiu.

A DW África quis saber do empreiteiro se prevê cumprir o prazo, mas o responsável da obra recusou-se a comentar.

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