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Eleições em Angola: Sede da CASA-CE vandalizada em Luanda

Lusa
31 de agosto de 2022

Delegados de lista protestaram em frente à sede da CASA-CE. Líder da coligação, Manuel Fernandes, fala numa "onda de revolta" instigada por oportunismo e pede a intervenção do Governo.

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Foto: B. Ndomba/DW

O presidente da coligação CASA-CE pede a intervenção do Governo para ajudar a resolver o problema dos delegados de lista, que reclamam pagamento dos serviços prestados nas eleições, e esta quarta-feira (31.08) vandalizaram a sede do partido, em Luanda.

Em declarações à Lusa, Manuel Fernandes disse que há uma "onda de revolta", em parte instigada por oportunismo, que tem levado centenas de delegados de lista, que acompanharam as votações nas eleições gerais da semana passada, às sedes dos partidos reclamando subsídios.

"A situação está fora do nosso controlo", lamentou o presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), frisando que nunca deu orientações no sentido de ser feito qualquer pagamento aos delegados de lista que devem fiscalizar o ato eleitoral "por razões de patriotismo e militância política, e não em troca de qualquer compensação".

Admitiu, no entanto, que embora não tenham sido essas as instruções da direção do partido, "possa ter havido alguns erros" e que tenha sido transmitida outra mensagem.

Manuel Fernandes, Líder da CASA-CE
Manuel Fernandes, Líder da CASA-CEFoto: Nelson Francisco Sul/DW

Segundo Manuel Fernandes, em eleições anteriores os partidos recebiam um subsídio exclusivo para os delegados de lista, o que não aconteceu este ano.

"Pedimos a quem de direito que olhe para esta situação e tente encontrar uma solução para acalmar os ânimos e evitar que aconteça alguma coisa menos boa e que deixemos de dar trabalho à polícia", apelou.

Problema comum 

O problema tem afetado também pequenos partidos que concorreram às eleições gerais e que têm sido alvo da fúria dos seus delegados de lista, que se queixam de ter sido enganados.

Na semana passada, a polícia tinha sido já chamada a defender as sedes da Aliança Patriótica Nacional (APN), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido da Renovação Social (PRS) e Partido Humanista de Angola (PHA), partidos da oposição com quem a direção da CASA-CE está a concertar posições para tentar resolver o problema.

Esta manhã, a sede da CASA-CE na Maianga foi palco de cenas de violência, com vários jovens a arremessar objetos e a tentar entrar à força no edifício.

Manuel Fernandes explicou que os danos aconteceram só na zona exterior já que os jovens que protestavam não conseguiram aceder ao interior da casa, lamentando que haja algum "aproveitamento no sentido de denegrir o partido" e obter ganhos financeiros, inclusive por parte de quem não teve qualquer participação ativa na fiscalização das votações.

A CASA-CE inscreveu mais de 33.000 delegados para as eleições gerais, dos quais cerca de 13.000 em Luanda.

Questionando sobre as contestações que vão apresentar face aos resultados finais das eleições, segundo os quais a CASA-CE deixa de ter representação parlamentar, perdendo os 16 deputados que tinha, revelou que a equipa técnica ainda está a trabalhar nessa matéria.

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