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ConflitosIsrael

Pela primeira vez, UE sanciona colonos israelenses

20 de abril de 2024

Quatro homens e duas organizações estão na lista. Violência perpetrada por radicais israelenses na Cisjordânia é apontada pela ONU como obstáculo a uma solução duradoura para a paz com os palestinos.

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Carro e caminhão incendiados em frente a uma casa simples de alvenaria
Carros incendiados durante ataque de colonos israelenses ao vilarejo palestino al-Mughayyer, na Cisjordânia, em abril deste anoFoto: Mohammed Torokman/REUTERS

Pela primeira vez, a União Europeia (UE) decidiu sancionar colonos israelenses que pratiquem atos de violência contra palestinos na Cisjordânia.

As sanções atingirão indivíduos e organizações, e serão impostas como punição por violações graves de direitos humanos. Os afetados não poderão mais viajar para a UE nem realizar negócios com cidadãos do bloco, além de terem ativos e contas na região congelados.

Os nomes dos sancionados serão publicados em breve no Diário Oficial da UE. Segundo informações da agência de notícias alemã dpa, trata-se por enquanto de quatro pessoas e duas organizações. No caso dos homens, eles são suspeitos de torturar, humilhar ou violar o direito à propriedade de civis palestinos.

Segundo diplomatas, no cenário ideal as sanções devem pressionar a Justiça israelense a reprimir de forma mais eficiente a violência e os danos provocados por colonos a civis palestinos na Cisjordânia.

Violência e construção de assentamentos sob crítica internacional

Os ataques contra palestinos e a construção de assentamentos na Cisjordânia são vistos como obstáculo a uma solução de paz duradoura na região – principalmente após o ataque terrorista do grupo islamista Hamas a Israel em 7 de outubro – e foram condenados diversas vezes pela UE.

Até hoje, porém, não havia consenso dentro do bloco para impor as sanções. Por isso, a decisão sinaliza uma guinada em sua política em relação a Israel, e segue o exemplo dos Estados Unidos, que já adotaram a mesma medida.

Como parte do acordo para aprovar as sanções, o bloco aprovou novas medidas punitivas contra grupos islamistas armados, especialmente por causa do uso de "sistemática e ampla violência sexual e de gênero".

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk referiu-se recentemente aos acontecimentos na região como altamente preocupantes. Segundo ele, os ataques na região acontecem por vezes com o apoio dos militares, apesar de Israel, como potência ocupante, ter o dever de proteger civis da violência ilegal.

Recentemente, o assassinato de um adolescente de 14 anos filho de um colono foi retaliado com a morte de quatro palestinos, incluindo uma criança.

A expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia desde 1967 acentua as tensões na região, que é alvo frequente de incursões anti-terror das autoridades israelenses. Ali vivem hoje cerca de meio milhão de israelenses e outros cerca de 3 milhões de palestinos.

Os assentamentos são reprovados pelas Nações Unidas, que consideram que por causa deles os palestinos já quase não têm um território que viabilize uma solução de dois Estados.

ra (dpa, AFP, Reuters, ots)