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Mais de 10 mil alemães podem ter recebido soro por vacina

13 de agosto de 2021

Novos dados elevam número de pacientes que teriam sido injetados com solução salina, em vez de imunizante anti-covid. Motivação da enfermeira acusada não é conhecida, mas há indícios de intenção de acobertar a fraude.

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Em 1º plano, letreiros "Posto de vacinação Distrito Rural da Frísia. Entrada". Ao fundo, duas idosas de máscaras protetoras
Autoridades da Frísia temem danos à campanha de vacinaçãoFoto: Mohssen Assanimoghaddam/dpa/picture alliance

O escândalo de vacinações falsas no norte na Alemanha se amplia: nesta sexta-feira (13/08), o dirigente do distrito rural da Frísia, Sven Ambrosy, comunicou que, após terem sido novamente conferidos os horários em que a a enfermeira acusada tinha expediente, elevou-se para 10.183 o número dos cidadãos que podem ter recebido soro fisiológico em vez de um imunizante contra a covid-19.

Até então, as autoridades do distrito na Baixa Saxônia partiam do princípio que os afetados seriam 8.557. Ambrosy acrescentou que todas as novas 1.626 vítimas potenciais seriam alertadas no decorrer do dia, e que lamentava profundamente por tantos terem que sofrer devido à má conduta de uma única pessoa.

Uma enfermeira formada, de cerca de 40 anos, é acusada de, em pelo menos seis casos, em 21 de abril, ter trocado o medicamento anti-coronavírus por soro, no posto de vacinação Schortens-Roffhausen. Ela alegou aos investigadores que teria deixado cair uma ampola e, por medo de ser despedida, enchido as seringas com a solução salina. Após a revelação do incidente, foi demitida sumariamente.

Como medida de precaução, todos os atendidos pela profissional de saúde entre 5 de março e 24 de abril deverão voltar a se vacinar o mais breve possível, os primeiros já nesta sexta-feira. Em seguida, serão aplicadas de 200 a 400 injeções adicionais por dia. Para tal, o posto da Frísia terá que continuar funcionando depois que os demais centros de vacinação tiverem fechado.

A misteriosa campanha de fake news contra a vacina da Pfizer

Ambrosy frisou que a operação implicará custos consideráveis para a administração: cada vacinação custa 22 euros, a que se acrescem as despesas de logística e organização. Ele teme também uma perda de confiança na campanha de vacinação contra o novo coronavírus. Mas "vamos continuar vacinando".

Indícios de tentativa de acobertamento

Na tarde de quinta-feira, a polícia informara o governo local que, segundo o advogado da enfermeira, esta não teria injetado apenas soro fisiológico, mas também restos de outras ampolas, a fim de "substituir a vacina que faltava, dos frascos quebrados".

Segundo o político alemão social-democrata, a informação confirma a avaliação de risco do distrito, pois uma profissional formada deveria saber que é proibido misturar restos de vacina de diferentes ampolas. "Eu até diria que isso não é uma atenuante, mas talvez até mesmo confirme uma certa intenção de dissimular."

Enquanto soro fisiológico puro é transparente, explicou Ambrosy, a mistura com o imunizante da Pfizer-BioNTech resulta numa substância turva, que chamaria menos a atenção. A suspeita de que, além de tudo, o certificado de vacina da acusada possa ter sido falsificado ainda reforça a necessidade de proceder com cautela, acrescentou.

Segundo notícias anteriores, a enfermeira implicada teria manifestado nas redes sociais ceticismo quanto à vacinação anti-covid. Contudo, o líder distrital não quis especular se se trata de uma opositora das vacinas que agiu por motivação política: isso é tarefa dos investigadores, replicou.

av/ek (EPD, DPA)